segunda-feira, 21 de março de 2011

quarta-feira, 9 de março de 2011

Um Trem Pras Estrelas,


São 7 horas da manhã
Vejo Cristo da janela
O sol já apagou sua luz
E o povo lá embaixo espera
Nas filas dos pontos de ônibus
Procurando aonde ir
São todos seus cicerones
Correm pra não desistir
Dos seus salários de fome
É a esperança que eles tem
Neste filme como extras
Todos querem se dar bem
Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas
Estranho o teu Cristo, Rio
Que olha tão longe, além
Com os braços sempre abertos
Mas sem protejer ninguém
Eu vou forrar as paredes
Do meu quarto de miséria
Com manchetes de jornal
Pra ver que não é nada sério
Eu vou dar o meu desprezo
Pra você que me ensinou
Que a tristeza é uma maneira
Da gente se salvar depois
Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas...

Cazuza

quinta-feira, 3 de março de 2011

Efeito Borboleta

Nada é o que parece.

terça-feira, 1 de março de 2011

Cidade Submersa

Resolvi publicar minhas fotos aqui também, e essa em especial.
me dá paz.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Quando se perde um braço ou uma perna

quando se perde um braço ou uma perna
o membro perdido continua a coçar, reza
a lenda e a revista super interessante, e eu
que nunca amputei um braço ou uma perna
mas já perdi de vista algumas partes de mim
mesmo de vez em quando sinto coçar pessoas
que eu perdi de vista porque foram morar longe
cansaram-se de mim ou morreram de desastre



(poema publicado no jornal O Globo 23/10/10, Prosa e Verso, Coluna Risco p.3)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Deixa assim como está, sereno...

A gente sente quando está ficando mais velho né? Assim, não que eu me considere velha, experiente, vivida, nem nada do gênero, mas sei lá,as coisas com o tempo vão tomando proporções diferentes e são vistas com outros olhos, mesmo que esses olhos ainda sejam os mesmos de 10 anos atrás, acho que percebemos isso quando seus aniversários passam a ser em bares, restaurantes, quando fotos "à dois" viram suas recordações, até seus presentes mudam, e principalmente a forma como você é parabenizado, começamos a entender a real importância das pessoas, e ao mesmo tempo o quanto nossas relações são frágeis e passageiras, até a verdade é dita com menos cerimônia, parece que crescendo temos que encarar uma realidade que criamos e que é culturalmente cruel, somos comunicados que todas as fórmulas de Física já vistas foram ensinadas de forma errada e que agora que estamos praparados pra compreender com o que é realmente "correto", por mais banal que pareça são essas coisas banais que indicam nosso crescimento, crescimento esse que vem acompanhado cheia de regras, padrões, limites, etiquetas, e deveres, sei lá, talvez eu me questione demais por medo, covardia, ou simplesmente por não ver sentido nisso tudo, por achar que a vida deva ser mais fácil e que a gente tem mania de complicar tudo, mania de sofrer, mania de amar, mania de deixar, somos cheios de manias que alguém nos ensinou, manias que não são nossas.

"Pois é, não deu
Deixa assim como está sereno
Pois é de Deus
Tudo aquilo que não se pode ver
E ao amanhã a gente não diz
E ao coração que teima em bater
avisa que é de se entregar o viver
Pois é, até
Onde o destino não previu
Sei mas atrás vou até onde eu consegui
Deixa o amanhã e a gente sorri
Que o coração já quer descansar
Clareia minha vida, amor, no olhar"

Los Hermanos